segunda-feira, 28 de março de 2011

BLUE MOON

Viagem ao passado?
Entrar no portal do tempo?
Contatos com outras dimensões?
Não acredita?
Espere pela próxima Blue Moon e veja o que acontece...




Blue Moon
Noites de verão são sempre muito quentes, mas são maravilhosas, principalmente quando é noite de blue moon. A lua fica linda! Dizem que nessas noites, tudo é possível! Algo sempre acontece! E foi em uma dessas noites, que resolvi sair com meu carro sem destino. Peguei a estrada sem me preocupar aonde chegaria. No rádio, uma boa música e lá fora, a lua brilhava e iluminava meu caminho. Abaixei o capô do carro para vê-la melhor e a convidei para que me fizesse companhia! Cheguei próximo a uma cidadezinha onde alguns bares ladeavam a estrada e um deles me chamou a atenção. Era charmoso e parecia aconchegante. Velas em pequenos vasos davam boas vindas na entrada. Entrei, e enquanto esperava meu suco, olhei em um canto, quase que escondida, uma Juke Box. Não resisti e fui até lá. Sabe o que é uma Juke Box e bem ali na minha frente? Eu tinha que estar lá para ver isso de perto! Eu precisava vê-la tocando... Coloquei uma moeda e escolhi que música queria ouvir! Ela começou entrar em pane! Ligava e desligava, acendia e apagava e eu não sabia o quê fazer quando... Alguém se aproximou e bateu com a mão em cima de um dos botões. Ouvi um barulho e vi que uma abotoadura caiu no chão. Me abaixei para pegar e enquanto me levantava, meus olhos foram acompanhando aquela pessoa que estava ao meu lado. Ele era lindo! Alto, moreno, usava gel nos cabelos e um terno preto que combinava muito bem com ele! Seu olhar, além de suave era hipnotizante! Que homem era aquele! Abri minha mão, e disse acho que isto é seu! Ele olhou fixamente em meus olhos e com um gesto sutil estendeu sua mão e me perguntou: ­
 -Você quer dançar?
Eu não sabia o que dizer! Mas se dissesse que não, me arrependeria pelo resto de minha vida! Dançamos e conversamos a noite toda! Na Juke Box já tinha tocado I got You Babe... Moody River... Hurt e até mesmo Only You.. Era como se estivéssemos nas nuvens... E a lua parecia que estava presente o tempo todo! Tudo era maravilhoso e nada mais importava! A Juke Box começou entrar em pane, quando tocava Blue Moon. Eu adoro essa música! Pedi licença e fui tentar fazer funcionar. Novamente ligava e desligava, acendia e apagava... Até que apagou de vez! Quando olhei para o lado... Estava sozinha. Meus olhos rapidamente começaram a procurar por ele. O garçom se aproximou e disse que meu suco já estava em minha mesa. Perguntei a ele se tinha visto o rapaz que estava comigo. Surpreendentemente ele disse que além de mim, havia somente um casal na mesa ao lado e mais ninguém. Insisti e falei que ele dançava comigo ao som da Juke Box e pedi: tente lembrar!
- Impossível moça! Essa máquina só está aí de enfeite! Não funciona já têm uns cinco anos! E saiu me olhando com um olhar de desconfiança... Fui para casa e me questionava o tempo todo! Mas eu realmente sabia que tudo aquilo, tinha acontecido! Estou esperando pela próxima blue moon e vou voltar lá e reviver tudo de novo, vai dar certo! Porque por alguns minutos naquela noite eu entrei em outra dimensão! Ou para quem acredita, voltei no tempo! Eu tenho certeza! E quando isso acontecer, será para sempre!
 Você deve estar se perguntando como é possível entrar em outra dimensão ou voltar no tempo! E eu posso afirmar que é. Porque um dia, quando tiver a oportunidade de abrir minha gaveta da cômoda, vai encontrar em uma pequena caixa, uma abotoadura esperando por outra... 







Lhú Weiss

sábado, 12 de março de 2011

TIRAR RETRATO


O que marca mais uma pessoa?
O tempo?
A essência?
Ou o que ela faz ao longo da vida?
Dê uma boa olhada em suas fotos, talvez elas possam revelar o que até hoje você ainda não descobriu...

TIRAR RETRATO

Se têm uma coisa que a tecnologia não pode mudar é a beleza que um retrato têm. Me lembro bem como se fosse hoje. Família toda reunida, câmera fotográfica na mão e a caminho do lugar mais bonito que escolhemos. Não era muito longe de casa, apenas algumas ruas abaixo da minha. O ano era...bem, isso não importa. E por aqui o progresso ainda parecia distante. O terreno próximo a uma chácara parecia um grande gramado, alguns matinhos à sua volta tinham um tom rosado que pareciam flores. Os eucaliptos além do cheiro de frescor, eram perfeitos para um piquenique em suas sombras. O riacho tinha peixes e a água era cristalina. Algumas árvores emprestavam seus troncos para as balanças de corda que os pais faziam para seus filhos. O bairro ao lado, tinha um carinhoso apelido de pastinho. É que lá,cabras, cavalos e alguns bois e vacas pastavam livremente...perfeito! Ali era o lugar para tirar um retrato da família. Naquela época, demorava pelo menos um mês para que o retrato ficasse pronto. A ansiedade era enorme, mas valia à pena. O papel tinha uma qualidade que até hoje não se compara com os atuais. As cores com o tempo, apenas suavizaram, mas o brilho do conteúdo é o mesmo. E o contorno do papel? Tinha uns recortes que formavam uma moldura e deixava o retrato uma maravilha!
Mas, o progresso chegou! Nada mais lembra aquele lugar. Avenidas se estenderam às margens do que virou um córrego, prédios se ergueram onde eucaliptos davam sombras, casas foram construídas na chácara onde comprávamos verduras e os animais..., não sei para onde foram. Ah, sim! Nós também estamos diferentes! Aqueles tempos não voltam mais! Ainda tiramos fotos... a família cresceu... alguém em especial já se foi, outros chegaram e estão chegando... outros lugares foram descobertos, mas a qualidade do papel, das cores, dos lugares... jamais será igual. E as pessoas também!
Prefiro os retratos. Acredito que eles revelam muito mais do que se vê. A inocência no jeito de ser, a suavidade dos olhares, o sorriso de cada um de nós... Isso tudo os retratos preservam até hoje.
Fotos e retratos não se comparam...
bons tempos...
b
ons retratos...
bom lembrar...

Lhú Weiss

quarta-feira, 2 de março de 2011

DIÁLOGO


Se você é daquelas pessoas que perde a paciência com facilidade,
então é melhor não encontrar com o João por aí...
Senão...O cê tá lascado!



Diálogo

- Ô Zé?
- Quê João...
- Já cansei de tanto cortá grama, cê não?
- Já...
- Vamo descansá um pouco?
- Vamo.
- Zé?
- O quê...
- Sabe essa grama que a gente cortô? Dá bem um travesseiro, dá não?
- Dá...
- Um prá mim, outro prô cê. Cê qué?
- Quero.
- Ah!...Deita aí Zé! Descansá faiz bem, né não?
- Ôpa!...
- Zé?
- Quê João...
- Tá vendo aquela árvore alí?
- Qual?
- Aquela do lado daquela outra, tá vendo não?
- Não.
- Ô Zé!...Aquela com folhas bem fininhas, bem alta, viu?
- Ví...
- Então? que cê acha dela?
- Bonita.
- Bonita? ...bonita é aquela dona que mora lá do outro lado da rua daqui da praça! Vamo lá vê?
- Subí no muro? Tô fóra...
- Quem mandou ser tampinha e redondo...Eu te ajudo, subo fácil...vamo?
- Não vai dar certo...
- Zé?
- Quê João...
- Pára de mastigá mato. Sua mãe não falô que faz mal, não?
- Falô não... É só pra distraí...
- Conversa!...Cê tá disfarçando prá não subí no muro. Vamo?
- Vô não! Cê parece bambú, sóbe lá, depois me conta...
- Zé?
- Quê João...
- Não precisa...Lá vêm ela! Olha lá, olha...não é ela?
- Acho que é...
- Zé?
- Quê...
- Se o cê tirá o boné da cara, dá prá vê, dá não?
- Acho que dá...
- Zé?
- Hum...
- Mulherão bonito, né?
- É...
- Zé?
- Heim...
- Olha!... Cabelos longos...alta...morena...um corpão!...Será que ela têm cachorro?
- Sei lá?!!!
- Zé?
- Fala...
- Queria sê o cachorrinho dela, cê não?
- Não.
- Por quê?...
- Prefiro comida do que ração...
- Zé?
- Tô aqui...
- Se eu fosse cachorrinho dela, ia ficá com ela...andá com ela...durmí no lado dela...latí pra ela...
- Ô João?
- Quê Zé?
- Cê tá variando?
- Tô não!
- Tá na hora da comida, tá não?
- Tá...
- Nóis têm muito que capiná aqui na praça, né não?...Então vamo cumê e de boca fechada, certo?
- Certo...
- Ô Zé?
- Quê?
- Me responde só uma coisa?
- Só uma.
- Cumé que eu vô cumê de boca fechada?...
- Ai ...
MEU DEUS...
Lhú Weiss
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