quarta-feira, 26 de maio de 2010

SAUDADE NÃO TEM IDADE - Walt Disney

Eles fizeram parte de uma infância bem vivida!




SAUDADE NÃO TEM IDADE

Quando eu era criança, comprei um álbum.Galeria Walt Disney. Um clássico da época. Era o último exemplar na banca. Me lembro disso até hoje. Ele estava pendurado juntamente com outras revistas, quase que escondido, fazendo com que o jornaleiro pensasse que já tinha vendido. Mas, eu o ví e meu pai prontamente comprou. Todos os personagens que eu mais gostava reunidos num só lugar, lado a lado. A felicidade estava brindando aquele momento! Pacotes e pacotes de figurinhas foram comprados, mas naquele tempo, era muito difícil encontrar os personagens principais. Começaria então, a caça às figurinhas. Era no colégio, com os amigos da rua, os primos, os primos dos primos, vizinhos e quem mais tivesse figurinhas para trocar. Dinheiro nessa hora, nem sempre era necessário. Tinha que ser na base da troca, porque em outros pacotes, poderia ter as mesmas novamente.
Lembro que para conseguir a figurinha da peixinha
Cléo, precisei dar quatro figurinhas por uma. Sorte a minha que eu já tinha o Pateta. Foi o que ajudou na troca! É meus amigos!...criança também sabe negociar! Alguns personagens, como o Urtigão, eram tão fáceis de encontrar, que mesmo misturando os pacotes, sempre acabava encontrando de novo! E ninguém queria trocar. Tudo bem! Tinha bastante cola e as figurinhas repetidas da Cinderela iam direto para os livros, as do Leitão iam para os cadernos, as do tambor e flor nas janelas, Mogli e Tio Patinhas nos guarda-roupas e até mesmo nos armários da cozinha. Havita, Gastão e os Irmãos Metralha que o digam. Quem nunca fez isso? E quando não tinha cola, a gente fazia!
E dá-lhe farinha de trigo! Valia tudo! Era uma febre nacional! Eu gostava tanto do meu álbum, que lá na quadro de marcações de números, na contracapa, coloquei meu nome e assinatura, achando que assim, ninguém o levaria embora. Coisa de criança!
Depois de tanto comprar, trocar, barganhar e sei lá mais o quê, o meu álbum já estava quase completo. Mas ainda faltavam três figurinhas...
Mickey, Minnie e Donald. Eram as mais difíceis e quem tinha não vendia por nada nesse mundo! Nem chocolate, nem amendoim do bar do “Seo” João, nada servia como troca! Nem Ricardo coração de Leão ou Peter Pan me salvaram. Seria uma dor no coração tentar trocar Branca de Neve, Sininho ou até mesmo a Margarida, que com certeza iriam direto para o caderno preferido, mas eu tinha que tentar...mas que nada! Era difícil mesmo! Cansei de tanto tentar, mas um dia eu ia conseguir! Algum tempo depois, acabaram as figurinhas e os álbuns também. Só direto na editora e bem mais caro do que o preço normal. Fiquei com o álbum incompleto por causa de três figurinhas. Mas, tudo bem! Ele estava guardado e um dia...quem sabe?
Os anos passaram e por conta do destino, o meu álbum foi embora juntamente com algumas tralhas do quartinho de badulaques! Na falta de espaço, o que não tinha utilidade, tinha um único
caminho...rua!
Quando eu soube, já era tarde demais! Eu não mexia naquele álbum, há alguns anos. Era meu. Guardado, mas era meu! Minha indignação não traria meu álbum de volta e nem tão pouco o que vivi enquanto ele esteve comigo! A tristeza tomou conta do momento! Os anos foram passando, passando e outros personagens foram aparecendo... e tudo foi se ajeitando...aparentemente!
Alguns meses atrás, tive a oportunidade de folhar pela internet, as páginas de um álbum igual e completo! Não preciso nem dizer que as lágrimas foram os personagens principais! Eu não tinha palavras...
Pensei em comprar e de novo tê-lo comigo. Mas, esse não era o meu álbum! Igual sim! Mas não o meu. Aquele com cola de farinha, com o meu nome e assinatura na contracapa e que em muitas vezes, esteve debaixo do braço, enquanto eu andava de um lado para o outro procurando, trocando ou comprando figurinhas! Não era mesmo!
Hoje, tenho todos os personagens para ver e rever e até mesmo desenhar várias vezes. Mas, aquele álbum...as figurinhas que colei...os personagens que tantas vezes desenhei...ficaram guardados no quartinho do meu coração. Quando eu quero, é só ir até lá e me divertir pra valer! As páginas são mágicas, são só minhas e juntamente com outras páginas, vou folhando tantas outras histórias. São só minhas e vão ficar aqui para sempre.


Lhu Weiss

segunda-feira, 24 de maio de 2010

ORA POIS!

Como encontrar um amigo?
É fácil...


Ora pois

Olá! Olá! Será que alguém pode me ajudar? Estou aqui procurando o meu amigo Ferreira!Ferreira? Ah, sim! É logo alí, depois da videira!E vamos lá, depois da videira, procurar o Ferreira!Olá! Olá! Estou procurando o Ferreira! Ele está? Não! Aqui é a casa do Pereira. O Ferreira é logo ali, depois da ladeira!
E vamos lá, depois da ladeira, procurar o Ferreira!Olá! Olá! O Ferreira está?Não! Aqui é a casa do Oliveira. Se queres falar com ele, vais até a feira!E vamos lá, até a feira, procurar o Ferreira!Alguém conhece o Ferreira?
Aqui na feira? Só tem o Silveira! Já procurastes na Quinta?Na Quinta? Não sei da terceira e nem da primeira! Só quero encontrar o meu amigo Ferreira!E vamos lá, na Quinta, procurar o Ferreira!
Boa tarde! Por favor me diga que aqui vou encontrar o Ferreira! Sou brasileira e já andei a cidade inteira. Já fui depois da videira, já desci a ladeira e me mandaram até a feira e nada de Ferreira! Já estou com uma baita canseira. Espero que esta caminhada, seja a última desde a primeira. Só quero encontrar o meu amigo Ferreira!
Não! Não é aqui. Mas fazes o seguinte: vais até a travessa do ferreira e com certeza encontrará videira, Pereira, ladeira, Oliveira, feira, Silveira e muito mais, inclusive o amigo Ferreira! Ora pois!

Lhu Weiss

quarta-feira, 19 de maio de 2010

LORD CASPEL BARYE

O cêis gosta di vinho?
Então bebi essi...qui o cêis vai virá vampiro!




LORD CASPEL BARYE
( Um causo contado por um mineirim caipira )
Eu inté vô contá uma coisa pro céis. Quem cunheci o Lordi Casper Barye qui nem eu, tamen gosta muito deli, demai da conta, num sabe? O homi si mudô prás banda di cá, no finarzim do mês passado, i já foi logo fazeno amigo.
As moça vivi falano: “ Ô homi bunito”! i os moço vivi falano: “Ô homi sinistro”! i num é qui é verdade? O bunito fica por conta das moça, agora sinistro, uai... iss eli émezz.
Ô ceis óia bem, o homi têm um cabelão, cumpridão demai da conta, preto, preto, preto. Já a cara, é branca, branca, branca. Iguarzim paper. I o cêis num sabi o qui mais. Eli usa uma capona preta, preta, preta, Iguarzim o cabelão. Adora passiá di noiti, dispois qui o sór si põe. Eli fala qui gosta di esperá um tar di crepúsculo i embora. Então eli sai prô seu paseio noturno! Acho qui essi tar di crepúsculo, devi di sê um cara muito chato! Nunca ví eli não! Mais vortano no assunto, “Seo” Casper Barye é um homi sinistro, mais muito bão. Notra noiti, eli convidô os amigo lá du buteco prá tomá umas bebida, na casa deli. Si nóis fumu? Uai... nóis fumu, sim! Chegano lá, quando eli abriu as porta, num dáva prá creditá não! Um casarão! Parecia um castelo! Tinha uma larera grandona, com um fogão bem grandão! Bão, bem grandão, não! Era um foguim queimano...queimano...mais parecia grandi! I a iscada? Num cabava mais. I os degrar? Tinha um tapeti vermêio...bem vermêio!
Na salona no lado, era só garrafa di vinho! Um montão mezz! Tudo quanto é tipim di vinho, tinha lá! Si nóis bebêmo? Uai... nóis bebêmo, sim! Os vinho éra bão! Ô trem bão! Demai da conta! Tinha garrafa grandi, piquena, cheia, meio cheia, com uns nomi bem istranho, istranho mêrmo! Mais éra bão! Nóis bebêmo tanto, mais tanto, qui inté chegô uma hora, qui eu já tava trocano as bola, ou mió, as garrafa. Mais tinha uma, qui num é qui chamô minha tenção? Tinha um rótulo com um nomi... ó aqui ó, num sei falá não, mais iscrevi assim: B.L.O.O.D. O+. Perguntei o qui éra i eli falô qui num éra prá bebê aqueli não! Uai? Mais pur caus diquê aqueli não?... Num resisti i virei guela baixo. Homi-rapai! I num é qui éra bão? Demai da conta!
Mais o cêis num sabi qui conteceu! O homi veio ca queli jeito todo gentir i segurô no meu braço i...NHAC! meteu o denti! Falô qui era pra “ repô o vinho”. Num intendi nada não!
Quanto nóis bebia, eli deu uma saidinha ca garrafa na mão. Mais vorto loguim, loguim! Num sei ondi eli foi não!
Táva tudo muito bão, bão mezz! Só num gostei di uma coisa... lá pelas tanta da madrugada eli falô qui antis do sôr nascê, nóis tinha qui i imbora! Tinha qui durmi! Uai! Durmi di dia? Bão, dispois di tanto bebê, nóis tamen ia! Inté qui eli num bebeu muito não! Na hora qui nóis táva, já lá na rua, ví qui tinha isquicido as chave! A patroa num ia abrí a porta não! Ah, não mezz! Então vortei i bati na porta da casa deli, mais num atendeu não! Aí, eu entrei né? Num sei ondi eli tava não! Peguei a chave i fui procurá pra mi dispedi di novo. Foi então qui resorvi subi a escada i cheguei numa outra salona. O cêis num sabi o qui tinha lá! Ó aqui ó, uns deiz caxão! Bão, deiz não, só um. Mais tinha! I num é qui o “Seo” Casper tava durmino lá dentro? Ô homi sinistro, ô homi estranho! Num fiquei cum medo não! Izz é coisa di genti “ecêntrica”! Fui embora, dexei o homi lá, i num falei nadinha, nadinha pra ninguém não! Uai, genti! O “Seo” Casper é genti boa! Num faiz nada pra ninguém não! Eu inté qui tô gostano da idéia di durmi no caxão! I izz começô dispois da mordida.
Genti?...genti?... ei? Pessoar? Ondi qui o cêis vai?... Vorta qui! Eu num cabei di contá o causo não! Ara... povinho bessta sô! Inté pareci qui tão veno vampiro! Dá nada não! Manhã tudim elis vai lá tomá, o tar di vinho B.L.O.O.D. O+ qui é bão demai da conta! Ô trem bão! “Seo” Casper sabi convencê! Como? Vem aqui qui o cêis vai vê...

Lhu Weiss

sexta-feira, 14 de maio de 2010

GALERIA DE ARTE



"A mulher que Matisse não viu"



"A escolha de minhas cores não se baseia
em nenhuma teoria científica, mas
na observação, no sentimento,
na experiência de minha sensibilidade.
Procuro pôr cores que interpretem
minha sensação."
Henri Matisse

Gostaria que Matisse estivesse vivo para ver este quadro. Mas sei que de alguma forma, ele estava presente quando foi pincelado!
Lhu Weiss

terça-feira, 11 de maio de 2010

GALERIA DE ARTE

A dança dos pincéis



Os pincéis encontram as cores
que apagam as cores
que não são cores.
São apenas branco e cinza misturados ao preto que entristece,
não enaltece as cores das cores.
A face amarelada
agora revelada,
embeleza o traço das cores.
Que os pincéis, dancem, pintem e celebrem

o momento da cores vibrantes
que agora e não antes,
mostrem que de tão semelhantes,
pincéis e cores,
revelem olhares, amores
e cores,
que se escondiam nos olhares tão exuberantes!
Os pincéis que já fizeram a sua parte,
agora descansam sobre o papel.
Observam...
sabem que as cores
que iluminam a face amarelada
agora revelada,
transformam olhares,
amores e cores,
em uma obra de arte.

Lhu Weiss

sábado, 1 de maio de 2010

NOSSO CAMPEÃO, NOSSO HERÓI...

Correio Popular de 05-05-1994
Uma homenagem de 16 anos atrás, que merece ser lembrada ainda hoje!
Saudades!...


AYRTON SENNA
Lhu Weiss


CÓDIGO MORSE - Mensagens...

Mensagens que atravessam o tempo,
precisam ser decifradas...


-.-. --- --.. .. --. --- / -- --- .-. ... .

CÓDIGO MORSE
Adoro peças antigas. Sempre que posso, vou a exposições de carros, de locomotivas, aviões, mas as que mais gosto, são as de meio de comunicação. Telefones, rádios, máquinas de código morse... fico fascinado! Principalmente com a evolução, com que chegaram até hoje.
Semana passada, fui a uma exposição de máquinas de código morse, do começo do século passado, dos tempos de guerras, bem antigas. Levei meu avô comigo. Gosto de sua companhia. Sempre me conta histórias, as melhores possíveis. Mas, foi diante de uma dessas máquinas, que fiquei sabendo, que ele, Evan Thurmegan, de contador de histórias, passaria a coadjuvante de uma delas. Ele observava com carinho uma máquina de 1944, ano em que lutou na na 2ª Guerra Mundial. Em uma das mensagens que transmitia para o seu grupo que estava a frente de batalha, interceptou uma mensagem. Pensou que se tratava de mensagem de inimigos e continuou na escuta. Mas os códigos que eram transmitidos, não eram códigos de guerra e sim de socorro para uma pessoa. O código era S.O.S. PRECISO SALVAR BÓRIS.
Perguntou quem era, como poderia ajudar e quem era Bóris. Mas não obteve resposta. Duas horas depois e novamente interceptou a mesma mensagem. Ficou na escuta e nada. Era somente aquela. Quase quatro horas já haviam se passado desde a primeira e novamente a mesma mensagem, só que agora com algumas coordenadas, local e horário e dessa vez assinando com o nome de Rose. O nome de quem precisava salvar Bóris era Rose. Mais do que depressa meu avô foi até o local, acreditando que pudesse ajudar o então Bóris. Chegando lá, não viu nada, era um lugar aberto, nada por perto, nada. Esperou por quase meia hora e quando estava indo embora, viu um senhor se aproximando e gritou:
Alto lá! Identifique-se! O homem de casaco longo, boina na cabeça e flores nas mãos foi logo falando:
Não atire. Só vim aqui colocar flores.
-Mas aqui? Diga a que veio e a mando de quem!
-Como disse, só vim colocar flores. Antes, aqui neste local, era um galpão e era nosso ponto de encontro, mas ela morreu e eu só fiquei sabendo um ano depois. Desde então, quando posso, venho aqui colocar flores para Rose.
-Rose? Eu interceptei uma mensagem de Rose para Dorothy e as coordenadas chegavam até aqui. Tinha um pedido de S.O.S. achei que poderia ajudar.
-O que dizia a mensagem?
-S.O.S. PRECISO SALVAR BÓRIS. Com local, data e horário e é aqui, hoje e agora.
-Impossível! Não teria como você interceptar essa mensagem.
-Como não?
-Acho que posso te contar uma história. Rose gostaria que você soubesse. Afinal, foi ela quem te trouxe até aqui. Rose era uma linda mulher, muito chique, adorava estolas de peles, as melhores. Bóris, um homem de meia idade, simples e cheio de segredos. Uma russa e um austríaco, uma espiã e um agente federal. Por causa de uma paixão, Rose colocou sua missão nas mãos da pessoa errada e Bóris conseguiu o que queria.
-E o que ele queria?
-Todos os planos, todo o esquema de espionagem a que ele já investigava há meses e por último , entregar Rose. Um esquema foi armado. O galpão explodiria para que ela pensasse que Bóris seria morto, saindo assim da jogada e continuando as investigações que se seguiam. Ela pensando ser verdade, mandou uma mensagem para Dorothy, o contato de Bóris aqui na Alemanha, mas não obteve resposta, então ela mesma veio para salvá-lo e morreu. Dorothy sabia de tudo, jamais ajudaria Rose e Bóris nessa hora já estava bem longe!
-Então foi por isso que só um ano depois que você soube. Você é o Bóris!
-Sim! E essa história aconteceu há trinta anos atrás. Não sei como você conseguiu interceptar essa mensagem. Mas você é alemão e o mais disso tudo, você não precisa ficar sabendo e não deve, ainda estamos em guerra.
-Mas, vocês se apaixonaram!
-Não! Apenas ela! Eu simplesmente usei isso a meu favor! Não era para ela ter morrido. Apenas pensar que eu estava morto. Isso aconteceu no dia de hoje, mas em 1914. Talves esse S.O.S. tenha te trazido até aqui por algum motivo. Espero que você descubra e boa sorte!
Ele colocou as flores no chão e foi embora. Meu avô só conseguiu entender aquilo tudo, quando voltou para a base militar. O local sofreu um ataque e havia explodido na mesma hora que estava na mensagem. Rose o salvou! Ele nunca soube como foi possível interceptar uma mensagem trinta anos depois. Que mistério teria acontecido naquele dia? Uma conexão entre o passado e o presente ou naquele dia, as dimensões se encontraram para que em um curto espaço de tempo, uma vida fosse salva? Esse mistério vai continuar nas mensagens do tempo, do espaço, nas mensagens da vida... até o dia em que o propósito de viver deixe de ser um mistério.
Ainda tenho muitas exposições para visitar e ouvir tantas outras histórias. Mas, esta história tem um sentido especial, por causa de uma mensagem, eu estou aqui e continuarei a minha história.

.-.. .... ..   .-- . .. ... ...  Lhu Weiss

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