terça-feira, 14 de junho de 2011

ABSINTO - Na dúvida, beba absinto !

Deixem seus corações bem longe de Josephine...
e suas carteiras também!



ABSINTO

Se vocês me perguntarem o que é mais inebriante, entre uma bebida forte ou uma linda mulher golpista, com certeza ficarei na dúvida. Há alguns anos atrás, peguei um caso para investigar, que envolveu meu irmão mais velho. Como um homem tão equilibrado e inteligente, perdeu tudo o que tinha por causa de uma dançarina? Eu não conseguia entender... até hoje!
Aqui na minha delegacia, sempre apareciam casos iguais. Mas resolvi investigar este a fundo, por ser com alguém da família.
Nas noites de sábado, o salão da cidade ficava lotado. Se vocês pensam que era por causa das músicas, estão enganados. Só tinham duas coisas que levavam os homens até lá; absinto e Josephine Dupret. Uma linda dançarina. Com seu parceiro Gerard, dançavam de tudo, mas era no tango que eles arrasavam.
Ruiva, olhos verdes, usando um vestido colado no corpo, não havia quem não ficasse de queixo caído. As luvas negras que ela usava a deixavam mais linda, principalmente quando ajeitava a rosa vermelha em seus cabelos!
Entre uma dança e outra, ela sempre tirava alguém para dançar. Depois, iam até o balcão, oferecia absinto e aproveitava para tirar também carteiras, relógios e o que tivesse de valor...os dedos ligeiros de Josephine, entravam em ação.
Todos aqueles homens eram roubados. As mulheres diziam, que ela colocava uma gota de perfume em suas bebidas, que os deixavam inebriados. Mas, quem se importava? Era Josephine! Ela não roubava! Eram eles que se deixavam levar por sua beleza! Não bastasse isso, eles ainda a cobriam de presentes, colares, jóias... era uma mulher de sorte! Mas como prender alguém, se não haviam queixas contra ela? Por mais evidências que se pudesse ter, ninguém queria ficar sem Josephine!
Resolvi me passar por um desses espectadores do balcão e deixar acontecer. Ela e Gerard entraram no salão. A euforia foi total! Todos gritavam seu nome! A fumaça dos cigarros pelo salão, contribuia para um clima de êxtase! Quanta sensualidade! Que olhar sedutor! Mas foi quando ela se aproximou e me tirou para dançar é que pude entender aqueles homens! Dessa vez, eu era o escolhido. Bebemos juntos e não me pergunte o quê, porque eu só enxergava Josephine! E foi assim a noite toda!
Pela manhã, depois de uma ressaca, só me lembrava que tudo à minha volta girava. Fui para a delegacia e decidido a não voltar mais no salão. Aos poucos, fui lembrando do que tinha acontecido! Caso encerrado! Não havia nada para fazer! Mas , quem se importava? Era Josephine!
Quando eu estava indo embora, batí a mão no bolso do meu casaco, não encontrei minha carteira... Com quem será que estava?
No sábado seguinte, quando eu estava dormindo, o telefone tocou e alguém na outra linha disse: Atirei em Josephine! Venha rápido!...
Agora eu tinha dois motivos para voltar ao salão!
Chegando lá, tarde da noite, salão fechado, tudo apagado, só encontrei na porta dos fundos, a senhora Vernège com uma arma nas mãos. Disse que reconheceu seu colar de pérolas no pescoço de Josephine! Não pensou duas vezes e voltou para dar um basta naquela golpista! Procurei por todo lado, não encontrei nada, nem corpo, nem Josephine! Apenas uma rosa vermelha no chão! A notícia se espalhou, mas ninguém soube o que de fato havia acontecido! Onde estava Josephine?
Nas noites seguintes de sábado, o salão continuou suas atividades, mas não como antes!
Alguns meses depois, eu recebi uma ligação da delegacia de uma cidade há alguns quilômetros e algo semelhante ao que aconteceu também estava acontecendo por lá. Fui até a outra cidade para averiguar.
Tudo era igual. O salão, os homens, as bebidas, a fumaça dos cigarros... e a dançarina! No balcão, só era servido absinto, na medida de um dedo faltando no copo. Parecia que só estava esperando uma gota de perfume!
Será que aqueles homens tiveram suas carteiras furtadas? Seus bolsos esvaziados? Corações roubados? Mas, quem se importava?
Com certeza aquela dançarina ruiva, olhos verdes, alí na minha frente, não era Josephine! Claro que não! E aquelas luvas negras nas mãos, ajeitando a rosa vermelha nos cabelos? Não, não! Não mesmo! Por fim, aquele jeito sedutor de dançar, principalmente tango, deixava claro que não era ela...
Caso encerrado! Mas já que eu estava alí, resolvi aproveitar a noite! Então pedí ao garçom que servisse um absinto inebriante!
- Outro, senhor? Perguntou ele.
- Para mim não! Para qualquer um desses cavalheiros.
Porque o que eu queria, era ficar observando aquela linda dançarina destilando sensualidade pelo salão!
Afinal, quem se importava?
- Tim...tim cavalheiros!

Lhú Weiss

sexta-feira, 3 de junho de 2011

ODE À POLLOCK

Arte e cores,
sentimentos e movimentos,
sonho e loucura
na criação e recriação...
Assim era Pollock.




ODE À POLLOCK

Sublime é o traço de linhas contínuas
que regem a harmonia
de cores simples
dos sentimentos da alma

A beleza da dança
que encanta aos olhos
em momentos de pureza...clareza...
leveza dos movimentos

Como é belo o momento da criação
onde criador e criatura
se fundem entre as cores
que sobem e descem
formando uma única emoção

A sensação final da obra realizada
é a de superação
onde os traços revelam
o que a alma guarda
para explodir em cores!

Lhú Weiss
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