sexta-feira, 30 de abril de 2010

VOANDO POR AÍ - Guardem suas vassouras! elas podem ser útéis um dia!

As melhores vassouras não varrem...voam!

Voando por aí

Ter amigos diferentes, para mim é a coisa mais comum que existe. Alguns altos, outros nem tanto, uns e outras bem estranhos e alguns às vezes se quer lembram meu nome. Mas tudo bem, são meus amigos assim mesmo.
Recentemente conheci três amigas. Salee, Genora e Anetta. Elas vendem panelas, garrafões, colheres e vassouras que elas mesmas fazem. Se alguém precisar de vassouras, o caminho é lá, fim da estrada, depois da colina, onde elas moram.
Elas são divertidas, estão sempre de bom humor. Alguns gostam delas, outros nem tanto. São diferentes, usam roupas esvoaçantes, meias listradas e adoram chapéus. Os de abas largas, são os preferidos.
Salee, sempre conta histórias de terror e nunca se esquece de oferecer uma xícara de chá com baunilha. Suas histórias horripilantes, são envolventes e quem está por perto, nunca se cansa de ouvir.
Genora, enquanto mexe com colher de pau no cozido de abóboras, adora assobiar imitando pássaros.
Anetta, com seu olhar penetrante, consegue ver o futuro das pessoas na água, dentro de um caldeirão de barro.
Gosto delas, mas tem quem não goste! São as viúvas da cidade...Olga, Gertrudes e Agnes. Estão sempre juntas. Elas são um tanto quanto estranhas. Alguns gostam delas, outros nem tanto. São ranzinzas, usam roupas e sapatos pretos e guarda-chuvas não podem faltar . Todos os dias, atravesssam a praça rumo à igreja. Rezam muito! Será?...
Um dia desses, eu as vi parando uma pessoa na rua. Disseram para ela se afastar das “fazedouras de vassouras”! que aquelas mulheres não eram boa companhia. Fazem vassouras, mas na verdade o que elas fazem é hipnotizar, enfeitiçar pessoas. “você não vê?” todos que saem daquela casa, nunca lembram o que foram fazer, mas de comprar vassouras, sempre lembram, mesmo que já tenham!
Fiquei ouvindo e enquanto elas falavam, notei algumas semelhanças...
Mas, qual era o real problema? O que havia de errado em comprar vassouras?!
Desde então, decidi observar melhor as “fazedouras de vassouras” e as “rezadouras” também.
Meu lado Sherlock Holmes entraria em ação!
Durante os dias que se seguiram na semana, nada de diferente...pessoas indo e vindo, muito sol, pouca chuva, uns comprando vassouras, outras rezando... tudo igual! Até o dia em que resolvi comprar colheres! Fui até o fim da estrada, depois da colina,... as melhores colheres são feitas lá!
Quando me aproximei da casa delas, vi Salee conversando com Dílpe, um gato preto. Eu não sei, mas tive a nítida impressão que ele também falava! Ela me viu e docemente me convidou para entrar e o gato...sumiu! não sei para onde foi! Entrei... tomei um chá... comprei as colheres e fui embora. Quando cheguei em casa, eu estava com as colheres e uma vassoura. Não me lembro de ter comprado vassoura! Mas me lembro do gato!
No fim da tarde, fui para cidade. Agora era a vez de observar as viúvas. Saíram da igreja... atravessaram a praça... foram para casa, tudo igual... se não fosse pelo gato. Gertrudes ainda na porta de sua casa, abaixou-se e falou com o gato. E adivinhem? O mesmo gato, Dílpe! Gertrudes entrou e foi logo acendendo algumas velas. Se reuniram em volta da mesa e balbuciavam algumas palavras que não consegui entender. O gato? Ficou bem ao lado delas, assistindo a tudo e em silêncio, apenas abanando o rabo suavemente!
Aquilo tudo me intrigava! Que ligação tinha o gato com as 3, ou melhor, com as 6? Não sei, só sei que já eram quase sete da noite, quando as “rezadouras” apareceram na porta. Olharam de um lado para o outro e saíram. E o gato? Foi junto. Resolvi seguí-las. Adivinhem para onde foram? No fim da estrada, depois da colina. As “fazedouras e as rezadouras” se reuniram. Riam alto, cantavam, bebiam...e o gato? Só observando! E eu também! Será que o gato teria levado um feitiço até a casa das viúvas? Será que as 3 ou as 6 eram bruxas? Não sei, só sei que aquele ritual durou até as 12 da noite. Depois disso, as viúvas foram embora e cada uma com uma vassoura.
As 3 que ficaram, foram para um lago próximo dali. Dançavam, cantavam, bebiam e me viram... quando percebi, já estava dançando, cantando, bebendo e não me lembro de mais nada!
Não sei como cheguei em casa, mas sei que tinha mais uma vassoura!
Nos outros dias a rotina era sempre a mesma. Tudo estava igual, não fosse pelas viúvas que não reclamavam mais das “fazedouras de vassouras”, agora eram amigas.
Bem, diferentes ou não, só sei que elas são minhas amigas. E que mal há em ter vassouras? Agora mesmo, vou precisar de uma delas para ir até o fim da estrada, depois da colina. Preciso comprar garrafões. O gato? De vez em quando ele aparece por aqui e deixou um recado para vocês. Ele disse o seguinte:
- “ Yo no credo em brujas, pero que las hay, las hay...”

Lhu Weiss

2 comentários:

  1. Bela história de bruxa rsrsrs
    Adorei
    Beijo
    Denise

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  2. Oi Lhú! suas histórias cada vez melhor,hein?
    Deixei um pedaço de bolo com nuvens...lembra?
    Adorei o Dilpe! yo también credo em brujas, até acho que sou uma!
    A Galera manda saudações
    Galera Badulaques

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